Como fazer TDD em GOLANG!

Gophers, https://github.com/egonelbre/gophers/blob/master/vector/superhero/gotham.svg
Gophers em ação, no combate aos problemas!

Inspiração

Tudo começou com o projeto Test Driven Learning, no qual me propus a escrever código básico em linguagens nas quais estava me aventurando, mas numa abordagem TDD, ou dito de maneira bem apressada, escrever primeiro o teste, e depois a solução.

TDD?

Significa, em português, “Teste depois de Deploiar” 🙂

Não, pelo contrário, significa que os testes são escritos antes de implementar uma solução. E não todos os testes, deve-se ir com calma. Não é o foco desse texto explicar o que é TDD, mas do que se está falando?

Ao atacar um problema, deve-se primeiro escrever um teste, vê-lo falhar (ainda não há solução!), e então escrever o código mais simples que o faça passar. Passou? Melhore o código e vá atacando o problema aos poucos, seguindo o ciclo. Nesse texto tem uma boa explicação, e essa imagem mostra muito bem a ideia:

Ciclo TDD: http://tdd.caelum.com.br/
Ciclo de desenvolvimento TDD.

Um bom livro

Um livro muito bom, mas nem sempre é o caso de traduções brasileiras, A Linguagem de Programação GO, de Alan Donovan e Brian Kernighan, ficou excelente,  especialmente graças ao trabalho do conhecido, especialmente no mundo Python, Luciano Ramalho, que atuou como revisor técnico.

O texto é bem escrito, e tem uma pegada prática, mas sem ser um grande e chato tutorial. Dentre os bons momentos de sua leitura, está o capítulo dedicado a testes. Expressão clichê, mas é uma “leitura obrigatória”, independente de se programar em GO ou não.

A linguagem Go é fortemente opinada. Por exemplo, muitas coisas que costumam dar brigas, como tabs ou espaços, quantidade deles, se abre chave na mesma linha, entre outras discussões, são resolvidas pelo formatador de código da linguagem GO.  Escreva o código, rode o comando go fmt e aceite o resultado!

E com os testes, mesma coisa, basta seguir algumas convenções muito simples, e temos nossa suíte de testes pronta para ser executada.

O capítulo dedicado a testes é bem mais completo, e cobre também benchmarchs, verificação de cobertura de teste, mocks e outras coisinhas.

Show me the code!

Antes de mostrar código, aqui vai o problema proposto: uma função que, dado um parâmetro do tipo bool, retorne a sua negação.

Um teste em GO, deve seguir algumas convenções:

  • Estar em um arquivo xxxxx_test.go.
  • Importar o package testing.
  • Nomear as funções de teste com o prefixo Test, por exemplo TestMyFunction.
  • Fazer as funções de teste receberem um parâmetro, nomeado por convenção apenas coma letra t. (t *testing.T).

Vamos ao primeiro teste (este arquivo pode ser salvo como devall_test.go):

package main

import "testing"

func TestNegue(t *testing.T) {
    if got := Negation(true); got != false {
        t.Errorf("Negation(true) = true, expected: false")
    }
}

Para executar os testes, chame go test. Como esperado, um erro pois ainda não definimos nossa função a ser testada:

➤ go test
# _/home/paulohrpinheiro/Dropbox/devall
./devall_test.go:6:12: undefined: Negation
FAIL	_/home/paulohrpinheiro/Dropbox/devall [build failed]

Vamos criar nossa nada complexa função (por exemplo, no arquivo devall.go):

package main

func Negation(v bool) bool {
	return !v
}

Rodando os testes:

➤ go test
PASS
ok  	_/home/paulohrpinheiro/Dropbox/devall	0.002s

Mas é uma boa prática, na comunidade GO, “juntar” os testes e executá-los em um loop, uma forma de organizar chamada de “table-driven”:

package main

import "testing"

func TestNegation(t *testing.T) {
	var tests = []struct {
		input bool
		want  bool
	}{
		{true, false},
		{false, true},
	}

	for _, test := range tests {
		if got := Negation(test.input); got != test.want {
			t.Errorf("Negation(%t) = %t", test.input, got)
		}
	}
}

Juntou-se todos os testes para a função em um array de estrutura contendo dois campos: input e want. Em input colocamos o parâmetro a ser passado, e em want o resultado esperado.

Logo abaixo, um loop for com range pra passar por cada item e executar os testes.

E ao executar os testes com a opção verbose temos:

➤ go test -v
=== RUN   TestNegation
--- PASS: TestNegation (0.00s)
PASS
ok  	_/home/paulohrpinheiro/Dropbox/devall	0.002s

Digamos que nossa função estive com um comportamento errado, teríamos uma saída assim:

➤ go test -v
=== RUN   TestNegation
--- FAIL: TestNegation (0.00s)
	tabledriven_test.go:16: Negation(false) = false
FAIL
exit status 1
FAIL	_/home/paulohrpinheiro/Dropbox/devall	0.002s

Há mais (não muito mais) sobre o pacote padrão para teste em GO. Há infraestrutura para executar benchmaks ,verificar a cobertura dos testes, como executá-los em paralelo, entre outras coisas.

Por hoje é isso!

Já se vão pouco mais de trinta anos de carreira, vinte dos quais usando ferramentas Open Source para solucionar os mais diversos problemas, nos mais variados setores econômicos, trabalhando agora principalmente com Python e Linux, também alimento, eventualmente, meu próprio blog.

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